quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Procure trabalho, não procure emprego

O mercado para jornalistas está cada dia mais fechado. Quem não têm muitos contatos na área, dificilmente consegue alguma oportunidade. Ainda mais pra quem, que por algum motivo, não estagiou. A situação fica mais difícil. Nas assessorias acontece muito a dança das cadeiras, algum assessor sai de uma empresa e, rapidamente, está empregado. Por méritos. Mas essa dança das cadeiras prejudica quem quer entrar no meio.

Apesar deste meio das assessorias ter essa "panelinha", é um mercado com muitas oportunidades. Por isso, pare de procurar emprego, procure trabalho. Muitas empresas precisam de pessoas que cuidem da comunicação. Mesmo as empresas de pequeno porte que, geralmente, usam pessoas que não entendem de comunicação para fazer este trabalho. Então, faça um projeto, apresente aos possíveis clientes, mostre a importância de se cuidar da comunicação. Seja com clientes, colaboradores, fornecedores etc. Seja criativo.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Fora da Ordem

A mudança de presidência na Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) não começou muito bem, pelo menos, para a imagem da OAB. Notícias relacionadas ao pedido de impeachment do governador, protocolado pela Ordem,
sumiram do site quando o novo presidente, Francisco Caputo, assumiu o cargo.

Caputo possui ligações com o governador do DF, José Roberto Arruda (sem partido), que aparece em uma gravação recebendo dinheiro do antigo secretário de governo Durval Barbosa. Pois bem, Caputo faz parte do escritório que defende o governador. Você não leu errado, nem me confundi não hora de escrever. É faz. No presente mesmo.

Para conseguir manter uma imagem credível, não basta ser honesto, tem que parecer. A presidência da Ordem passa longe de parecer. Em um primeiro momento, a assessoria disse que era um processo normal, pois as notícias estavam sendo atualizadas. Perceberam que ninguém era besta de acreditar que só as notícias do governador iriam ser "atualizadas". Misteriosamente, o site saiu do ar. Pronto. Agora, a desculpa é que um problema técnico apagou as notícias e que o site saiu do ar para reformulação.

Na página, diz que o site voltará em breve, porém, o que vai demorar voltar é a boa imagem que tinha a instituição até o mês passado.

Não precisamos da Globo.

Outra dificuldade é quando o cliente não sabe qual o seu público alvo. Por exemplo, se o público da empresa tem o perfil jovem, com nível de escolaridade alta, um jornal popular não pode ser o foco da comunicação. Com esse perfil, as mídias digitais vão trazer resultados melhores. Este é o público que domina a internet, seja no Orkut, Twitter, Youtube etc. Assim como mostrar o que é notícia para o assessorado é responsabilidade do assessor, identificar o seu público alvo e mapear os veículos mais interessantes, também cabe a nós.

Já tive clientes que queriam estar na Globo de qualquer jeito. Foi difícil explicar que para o público que ele queria atingir seria muito melhor ele participar de uma entrevista na rádio, de preferência no horário da tarde. A empresa, que prestava serviço, tinha como alvo, basicamente, o aposentado de baixa renda.Quase todas "vovozinhas" ficam a tarde ouvindo rádio e arrumando alguma coisa em casa. Confesso que adoro essa situação, trabalhar com veículos segmentados, sem precisar da "grande mídia" e mostrar que é possível ter ótimos resultados.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Isso não é notícia

Muitos assessores enfrentam dificuldades de explicar para os clientes, que o que ele acha que vai ser capa de todos os jornais, na verdade, vai ser uma notinha, e olhe lá. Existe uma caso famoso, que é o seguinte, um determinada empresa, estava fazendo uma campanha para encontrar pessoas desaparecidas.

O responsável pelo projeto achava que isso era algo fora do normal, quando foi explicar melhor o caso, o assessor pensou: " Quem sabe uma notinha...". E o representante continuou com a sua, empolgada, explicação. Depois, o assessor pergunta: " Quantas crianças já foram achadas?". Aí, sim. Vem o final trágico. "Achamos uma criança. Morta." Isso, depois de um tempo considerável de campanha. Quer dizer, nunca é fácil fazer o cliente entender os critérios de noticiabilidade, porém, é nossa obrigação tentar. Devemos perceber que como acontecem casos como este, também acontece o contrário, o cliente tem uma notícia na mão, mas não considera importante. Portanto, é isso, vamos sempre procurar explicar para nossos assessorados o que é notícia.

Assessores, contem as suas aventuras também.


quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

House organ, você ainda vai fazer um...

Quase toda assessoria de imprensa faz um jornalzinho. O famoso House organ. Porém, poucas sabem pra quem escrever, o que escrever e como mensurar resultados. Geralmente, um jornal é feito para atingir todos os públicos da empresa. Já começamos mal. A empresa não vai conseguir atender todos os públicos com apenas um veículo.

Às vezes a criação de uma rádio interna pode trazer mais resultados do que um jornal para funcionários que não possuem o hábito da leitura. Por isso, é importante uma pesquisa antes de qualquer ação de comunicação interna. Temos que definir também pra que criar um veículo interno. É para valorização do público interno? Para integrar os empregados? Prestação de contas aos acionistas? Tudo isso deve ser pensado, planejado e mensurado.

Após ser decidido pela produção de um House organ, deve ser definido a produção do conteúdo. Qual será a linha editorial? A assessoria deve já começar a mensuração para possíveis ajustes. Quer dizer, o House organ não é pra ser feito indiscriminadamente. Não pode ser feito apenas pra mostrar serviço.


terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Tenso!


Daniela Albuquerque, esposa do dono da RedeTV!, Amilcare Dalevo, e apresentadora da emissora, revelou em entrevista como foi que decidiu cursar jornalismo. Foi uma entrevista preocupante. Não por ter sido em uma embalagem de Toddynho, mas por ela achar que faz jornalismo. E foi mais longe: "Tem tudo a ver com ser modelo."

domingo, 3 de janeiro de 2010

Metabolismo diferente

A relação entre jornalista de redação e jornalista de assessoria de imprensa é uma relação complicada. O metabolismo é diferente. O de redação quer tudo pra ontem e, quando não teve experiência em assessoria, não entende quando não é atendido às 19h, em uma pauta complicada. E ainda ameaça:" Vou colocar que a assessoria não quis se manifestar." Quando se está no atendimento à imprensa de uma grande empresa, que precisa responder demandas da imprensa, a informação deve seguir um fluxo até sua divulgação. O discurso deve estar alinhado.

Mas a empresa também deve entender a velocidade do jornalista de redação. Esse trabalho de conscientização deve ser feito pela assessoria da empresa, mostrar para os gestores que a imprensa deve ser respondida e que, geralmente, vai ser tudo pra ontem. Não pode acontecer de um representante de uma grande empresa dizer: "Estou indo para uma reunião. Não tenho tempo para falar com jornalista." Experiência que aconteceu comigo, em uma empresa pública.

Confesso não saber no que isso vai dar. Não sei se essa relação vai melhorar ou piorar. Temo que piore. Cada dia que passa, as assessorias estreitam as relações com seus públicos, por canais como YouTube, Twitter, orkut etc. Não sei como essa pro-atividade das assessorias será recebida pelos jornalistas de redação e nem qual será a reação dos assessores quando se virem sem precisar dos intermediários. Tomara que não suba à cabeça.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Desamparado

O jogador de futebol Jobson, ex-Botafogo, foi pego em dois exames anti-doping por uso de cocaína, no último mês do campeonato Brasileiro de 2009. Além de precisar de ajuda para continuar no esporte, o jogador precisa de ajuda para preservar a imagem de atleta. A cobertura da mídia já evoluiu bastante e, hoje, não coloca mais o jogador com um vilão, mas sim, vítima, mesmo exigindo punição, a opinião pública já entende que o banimento pelo uso de uma droga social não pode acontecer. Apesar de existir esta possibilidade.

Em situações de crise como essa, o melhor seria o atleta assumir o uso e pedir ajuda, mostrar como o esporte pode tirar as pessoas do vício. Seria, dentro do possível, um ótimo exemplo para as crianças. Poderia ser negociado no julgamento participação em campanhas anti-drogas para o governo, palestras em clínicas de dependentes.


Quando falo em preservar a imagem de atleta, penso que, caso isso não aconteça, o jogador poderá perder oportunidades em outras equipes, em contratos com empresas de materiais esportivos etc. Nenhuma empresa quer relacionar sua imagem com a de um atleta que foi suspenso por uso de drogas. Jobson está totalmente desamparado. Quando surgiu o primeiro caso, o jogador negou. Após a contraprova e a segunda ocorrência, o jogador confessou o uso. Mas errou feio. Disse que os dois resultados foram pelo uso em uma noite de "empolgação". A mentira é a pior coisa na gestão de crise. Ele mentiu. Mal orientado, terá que assumir, agora, que mentiu. O tribunal não costuma aliviar. Caso tivesse assumido desde o começo, a opinião pública ia exigir que a sua punição não fosse tão dura como o banimento. Poderia ser uma marco na Justiça Desportiva Brasileira.

Os Preguiçosos


Se existe uma área em Assessoria de Imprensa que deve ser difícil ser relacionar com o cliente, é atuar com celebridade. Sabe aquela pessoa que nunca fez nada, mas é famosa. Essa é a celebridade.
Quando se trabalha com um ator, ele tem novelas, peças de teatro. Cantor, tem agenda de shows, composições etc.

Mas quando se trata de celebridade, não se tem nada, e os assessores estão preguiçosos. Ou pior, quase sempre, são "empresários" dos famosos que não entendem nada de comunicação. Em sites como o Globo.com, R7.com etc. sempre vemos matérias de destaque do tipo: Fulaninho foi à praia, ou Ciclano é visto em restaurante. Quer dizer, por incrível que pareça, eles são notícia.

Quando os assessores deixarem a preguiça de lado e conseguirem mostrar aos seus assessorados a importância de se usar a imagem como, por exemplo, em uma campanha de doação de sangue e olha que estamos em uma época boa do ano, de uso de preservativo, contra o uso de drogas, terão uma mídia espontânea positiva que vai agregar valor a imagem do cliente e, não só, aparecer por aparecer.